“Le mieux est l’ennemi du bien” – Montesquieu

Esta locução proverbial, que ficou conhecida em meados do século XVIII, teria sido originada da citação de Montesquieu « le mieux est le mortel ennemi du bien ». Em português, podemos  traduzi-la por « o melhor é o inimigo (mortal) do bom », ou seja, é possível estragar algo tentando melhorá-lo. Segundo Montesquieu, a busca pelo melhor não é necessariamente uma continuidade da busca pelo bom, mas uma armadilha, visto que ao tentar se atingir a perfeição, podemos acabar prejudicando o próprio objetivo almejado.

Essa é uma citação que eu sempre ouvia muito na França. Por ser uma pessoa muito perfeccionista, às vezes eu enfrentava muita dificuldade em me aventurar e arriscar fazer certas coisas, pelo medo de não fazê-las perfeitamente. Como qualquer estrangeiro, também tive dificuldades ao aprender o idioma francês, principalmente no dia-a-dia, quando não podemos recorrer aos dicionários e tradutores. Mas com o tempo, percebi que o melhor a fazer era me soltar e tentar me expressar com o que eu já tinha de « bom ». O « melhor » viria com o tempo, com a prática e, sobretudo, com uma evolução de forma natural, e estando satisfeita com aquilo que eu já havia adquirido. Quando o objetivo é, por exemplo, se comunicar, o melhor a fazer é tentar se comunicar! Se ficarmos apenas imaginando o que poderíamos fazer para melhorar, sem colocar o que já temos em prática, nunca teremos um real retorno e nossa experiência nunca será completa.

Tradução:

Cette locution proverbiale, apparue au milieu du XVIIIème siècle, viendrait de la citation de Montesquieu « le mieux est le mortel ennemi du bien ». En d’autres termes, il est possible de gâcher ce qui était bien en voulant l’améliorer. Selon Montesquieu, la recherche du mieux n’est pas nécessairement une continuité de la recherche du bien, mais une sorte de piège, puisqu’en la recherche de la perfection est généralement nuisible au but poursuivi.

Celle-ci est une citation que j’entendais fréquemment en France. Etant quelqu’un de perfectionniste, il était très difficile pour moi de prendre le risque de faire certaines choses, par peur de ne pas les faire parfaitement. Comme tout étranger, j’ai fait face à des difficultés pour apprendre la langue française, surtout dans la vie quotidienne, où on ne peut utiliser un dictionnaire ou un traducteur à tout moment. Mais avec le temps, je me suis rendue compte que le mieux à faire était de lâcher prise et d’essayer de m’exprimer avec ce que j’avais déjà de « bien ». Le « mieux » viendrait donc avec le temps, la pratique et, surtout, comme une évolution naturelle, en étant satisfaite de ce que j’avais déjà acquis. Quand l’objectif est de communiquer, par exemple, le mieux à faire est de communiquer ! Si nous restons sur un idéal de ce que nous pourrions faire pour perfectionner, sans mettre en pratique ce que nous avons déjà, nous n’aurons jamais un réel retour et notre expérience ne sera jamais complète.

Bons estudos!

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