Artigo: 50 anos de Maio de 68

Se você andasse pelas ruas do centro de Paris há exatos 50 anos veria uma cidade muito diferente. Não que a arquitetura da cidade tenha se transformado. Aliás, se você subisse pelo boulevard Saint Michel naquela época veria provavelmente os meus monumentos que ainda hoje estão por lá: a catedral Notre Dame à beira do Sena, a fonte Saint Michel no início do boulevard, as ruelas do Quartier Latin, o prédio da Universidade Sorbonne, e o fim do boulevard no Jardim de Luxemburgo. Mas naquele mês de maio de 1968 a atmosfera era completamente diferente. Percorrendo o mesmo trajeto leríamos nos muros do boulevard frases que se tornariam o slogan de muitas gerações.   La beauté est dans la rue!”   (A beleza está nas ruas!)   “Soyez réaliste demandez l’impossible” (Seja realista peça o impossível!)   “Il est interdit d’interdire” (É proibido proibir!)   Pela noite, bandeiras vermelhas por todos os lados eram iluminadas pelas chamas de ônibus e carros incendiados. Em cada ruela uma barricada feita com os paralelepipedos tirados do boulevard. Aqueles “pavés” (paralelepípedos) eram o símbolo daquela geração.    Um mês inteiro de manifestações, greves, confrontos com a polícia e com todo e qualquer representante de poder. O mote era dar vazão ao desejo de revolta, seja contra o governo, contra a polícia, contra o professor, contra os pais. A juventude francesa saiu às ruas para se revoltar contra tudo o que representava o passado conservador, patriarcal, autoritário do país. O que ficou conhecido como “Maio de 1968” em Paris foi uma das maiores revoluções culturais do ocidente no século XX. O cantor e compositor francês Renaud que tinha então 16 anos compôs na efervescência das ruas a sua primeira canção. Em sua letra podemos sentir um pouco da vibração e violência das noites de maio:   Je venais de manifester au Quartier J'arrive chez moi, fatigué, épuisé, Mon père me dit : bonsoir fiston, comment ça va ? Je lui réponds : ta gueule, sale con, ça t'regarde pas !   Eu acabava de manifestar no Quartier Latin Eu chego em casa, cansado, acabado, Meu pai me diz: bom dia filhão, como você está? Eu lhe respondo: cala boca velho, isso não te interessa!   Como explicar tamanha revolta? Os jovens franceses que atingiam a maioridade neste ano de 1968 foram a primeira geração nascida depois do fim da segunda guerra mundial. Uma geração que não conheceu as guerras em sua própria casa, uma geração que cresceu no impulso dos “30 anos gloriosos”, os anos que se seguiram à reconstrução da Europa. Um período de desenvolvimento econômico, pleno emprego e explosão do consumo. Diferente de seus pais e avós que passaram por duas guerras mundiais, os “soixante-huitards” (expressão que se refere À esta geração, algo como “os de 68”)  cresceram dentro das universidades. Estes jovens sonhadores não se encaixavam mais em um país de valores conservadores e que tinha um militar por presidente, o general Charles De Gaulle. O espírito desta geração foi cantado, de uma maneira belíssima, pelo compositor greco-ítalo-francês Georges Moustaki, em uma canção de 1969: Nous prendrons le temps de vivre D’être libres, mon amour Sans projets et sans habitudes Nous pourrons rêver notre vie Viens, je suis lá, je n’attends que toi Tout est possible, tout est permis Viens, écoute ces mots qui vibrent Sur les murs du moi de mai Ils nous disent la certitude Que tout peut changer un jour   Nós tomamos nosso tempo de viver De sermos livres, meu amor Sem projetos, sem hábitos Nós poderemos viver nossa vida Vem, eu estou aqui, e só espero você Tudo é possível, tudo é permitido Venha, escute essas palavras que vibram Nos muros do mês de maio Elas nos dão a certeza Que tudo pode mudar um dia   No início do mês a Universidade de Nanterre, criada na periferia parisiense para dar conta ao crescimento do número de estudantes nos últimos anos, foi fechada pelo reitor por causa de uma manifestação de jovens contrários à prisões de estudantes durante um ato contra a guerra do Vietnã dias antes. No dia seguinte um protesto organizado pelos mesmos estudantes no centro de Paris é reprimido  pela polícia. A brutalidade do confronto faz crescer o apoio aos universitários nos colégios. No dia 10 de maio é a noite das barricadas. Uma série de confrontos entre policiais e estudantes escondidos atrás de barricadas nas ruelas do Quartier Latin. Depois deste novo confronto muitos outros setores da sociedade se solidarizaram com os estudantes culminando em uma greve geral à partir do dia 14 de maio e mesmo à dissolução da Assembléia Nacional no fim do mês. O contato de um velho e de um novo mundo gerou uma grande explosão. As coisas foram voltando aos poucos à normalidade mas as marcas deste relâmpago social permanecem até hoje. Os jovens no mês de maio desejaram uma sociedade onde houvesse liberdade plena: liberdade individual, liberdade sexual, respeito à minorias, uma sociedade menos belicista e menos consumista. Reivindicações que ainda ecoam 50 anos depois deste mês de maio de 1968.                Bons estudos!  
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A poesia de uma língua

De vez em quando em meio a minha rotina, se estou atento, me deparo com algo que me faz parar e sentir algo diferente. Às vezes um olhar, uma luz, uma cor, uma palavra, um pôr do sol… Se estamos atentos, é possível que vez ou outra encontremos algo poético em nosso dia a dia. Pois como nos alertou Guimarães Rosa “Tudo, aliás, é a ponta de um mistério”. A poesia é algo assim reconhecível porém difícil de explicar. Como se de repente uma porta se abrisse na gente e o que está dentro interage com o que está fora, tornando tudo diferente e belo. E o que a poesia pode ter a ver com o aprendizado da língua francesa? Para falar verdadeiramente uma língua é preciso antes se apaixonar e se deixar tocar por ela. Imagine aprender uma língua quando se é obrigado: uma tarefa árdua e quase impossível. O aprendizado tem que ser prazeroso e para isso nada melhor que se abrir para o que o idioma tem de curioso, belo, intrigante e misterioso. Aprender francês através da poesia de suas palavras, ou seja, através da beleza da sonoridade, da musicalidade, do fio invisível que liga a forma ao seu significado, tudo isso pode ser uma experiência divertida, prazerosa e apaixonante.      George, um velho professor (e presidente!) francês disse uma vez: “ a poesia é a alma da língua, e suas palavras o coração que nela bate”. Poético...Por essas e muitas outras, a proposta deste primeiro de muitos artigos sobre a poesia, é apresentar um pouco mais essas pessoas extraordinárias que dedicaram suas vidas à beleza poética das palavras. Agora pare de ler e preste atenção em sua respiração por alguns segundos... pronto? Imagine uma noite de luar clara e serena, jovens apaixonados que dançam e cantam uma bela canção. Eles estão tão felizes que já quase sentem em algum lugar a tristeza que virá quando tudo se acabar... A paisagem ou a situação poderia ser um pouco diferente mas as sensações dos jovens apaixonados não são difíceis de reconhecer. Eis o tema de um poema escrito no ano de 1869 pelo poeta Paul Verlaine, um dos três poemas de sua Suite Bergamasque. Temas aliás que contrastam com a vida conturbada e violenta do poeta que integra o grupo dos “Poetas Malditos”. do qual faz parte os poetas Tristan Corbière, Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbaud, com quem Verlaine viveu um romance turbulento.      Este poema se chama Clair de Lune,  literalmente “O clarão da lua” comumente traduzido por Luar. Antes de ler a tradução eu sugiro e você se deixe levar pela musicalidade do poema original que também pode ser escutado na leitura de Louis Velle. Versão falada: https://www.youtube.com/watch?v=6Tc1FuXj4bs Clair de Lune Votre âme est un paysage choisi Que vont charmant masques et bergamasques Jouant du luth et dansant et quasi Tristes sous leurs déguisements fantasques. Tout en chantant sur le mode mineur L’amour vainqueur et la vie opportune, Ils n’ont pas l’air de croire à leur bonheur Et leur chanson se mêle au clair de Lune, Au calme clair de lune triste et beau, Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres Et sangloter d’extase les jets d’eau, Les grands jets d’eau sveltes parmi les marbres. E aqui vai uma tradução tal qual foi proposta por Álvaro Cardoso Gomes:   Luar Vossa alma é uma paisagem escolhida Que máscaras e bergamáscaras vão encantando Tocando alaúde e dançando quase Tristes sob seus disfarces fantasiosos Cantando em modo menor O amor vencedor e a vida oportuna Não parecem acreditar em sua felicidade E sua canção se mescla ao luar Ao calmo luar triste e belo Que faz sonhar os pássaros em suas árvores E soluçar d’extase os chafarizes Os grandes chafarizes esbeltos entre os mármores   O que mais me toca neste poema é a ambiguidade que traz a alegria da festa e ao mesmo tempo um sentimento de melancolia da luz do luar, uma luz triste mas bela. Ou as máscaras dançantes que escondem rostos quase tristes, e até os chafarizes que soluçam de êxtase. Agora perceba como o ritmo dos versos e as rimas cruzadas evocam a música e a dança do poema. Proponho um exercício: leia em voz alta do segundo ao quinto verso do poema e observe como todas as construções com particípios presentes (as palavras terminadas com ant: charmant, jouant, chantant, dansant)  assim como a repetição do “E” (Et) no terceiro verso reproduzem a cadência e o ritmo da dança. Aqui vale um pequeno comentário sobre as rimas. Quando fazemos a tradução de um poema nos deparamos com o dilema entre manter as imagens propostas pelo significado das palavras ou as sensações do seu ritmo e sonoridade. As rimas entre “árvore” (arbre) et “mármore” (marbre) na última estrofe dão certo em português, agora proponho um desafio: você teria uma boa solução para a rima entre “beau” e “jets d’eau” (belo e chafariz) ou “mineur” e “bonheur” (menor e felicidade)?   Aprender francês através das imagens poéticas pode ser também bastante desafiador! E se você apreciou esse poema deixo aqui uma última sugestão: releia-o, pense em suas imagens e coloque bem alto a música que o compositor francês Claude Debussy compôs no ano 1906 inspirado pelo poema. Ela se chama  “Clair de Lune” e é uma obra-prima da música impressionista ao buscar através da harmonia sonora retratar as sensações criadas pelo poema de Paul Verlaine. Você pode escutá-la aqui: https://www.youtube.com/watch?v=CvFH_6DNRCY    Divirta-se e boa viagem!
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O que significação a citação: “Je pense, donc je suis”?

Essa é uma das mais famosas citações do mundo e, talvez, a mais conhecida citação francesa. « Je pense, donc je suis » é, sem dúvida, uma das máximas mais célebres da filosofia moderna, que é atribuída ao francês René Descartes. Entretanto, existem indícios de que ela teria vindo da expressão em latim Cogito, ergo sum, do filósofo espanhol Gómez Pereira. A fórmula « Penso, logo existo », foi empregada pela primeira vez por Descartes em seu ilustre livro « Teoria do Método », em 1637. O autor buscava traçar uma metodologia para definir o que seria o “verdadeiro conhecimento”, de maneira absoluta e irrefutável. Ora, a única certeza que ele possuía naquele momento era sobre a existência da dúvida. Sendo assim, se ele estava duvidando, logo, estava pensando ; e por estar pensando, ele existia. Desta forma, a existência foi então a primeira verdade irrefutável que Descartes encontrou. Tradução: C’est une des plus célèbres citations du monde et peut-être la citation française la plus connue. « Je pense, donc je suis » sans doute une des formules les plus réputées de la philosophie moderne, est attribuée au français René Descartes. Cependant, il est également probable que l’expression vienne du latin Cogito, ergo sum, du philosophe espagnol Gómez Pereira. La formule « Je pense, donc je suis » a été employée pour la première fois par Descartes dans son illustre livre « Discours de la Méthode », en 1637. L’auteur cherchait à établir une méthodologie pour définir ce que serait la « vraie connaissance », de manière absolue et irréfutable. Or, l’unique certitude qu’il avait à ce moment était sur l’existence du doute. S’il était dans le doute, c’est qu’il était en train de penser, et parce qu’il pensait, il existait. De cette manière, l’existence a donc été la première vérité irréfutable que Descartes a trouvée. Bons estudos!
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Alors on danse – Stromae

https://www.youtube.com/watch?v=VHoT4N43jK8 Stromae é o nome artístico de Paul Van Haver, autor, compositor, intérprete e produtor musical nascido na Bélgica. No início de sua carreira, ele havia adotado o apelido ‘Opsmaestro’, porém um outro nome muito parecido com este já havia sido escolhido por outro artista, e ele decidiu então mudar para Stromae, que nada mais é que Maestro na linguagem ‘verlan’ (ao contrário). Ele atingiu o sucesso em 2009 com a música « Alors on Danse », que conta a história de um típico funcionário de empresa que leva uma vida estressante e busca um pouco de descanso. Tradução: Stromae est le nom artistique de Paul Van Haver, auteur-compositeur-interprète et producteur musical né en Bélgique. Au début de sa carrière, il avait adopté le surnom ‘Opsmaestro’, cependant un autre artiste en avait déjà choisi un très proche de celui-ci ; il a donc décidé de changer pour Stromae qui veut dire Maestro en ‘verlan’. Il s’est fait connaître en 2009 avec la chanson « Alors on Danse », qui raconte l'histoire d'un employé de bureau vivant dans le stress et ayant besoin de détente. Transcrição: Alors on d... Alors on d... Alors on d... Qui dit étude dit travail Qui dit taf te dit les thunes Qui dit argent dit dépenses Qui dit crédit dit créance Qui dit dette te dit huissier Oui dit assis dans la merde Qui dit Amour dit les gosses Dit toujours et dit divorce Qui dit proches te dis deuils car les problèmes ne viennent pas seul Qui dit crise te dis monde dit famine dit tiers- monde Qui dit fatigue dit réveille encore sourd de la veille Alors on sort pour oublier tous les problèmes Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Et là tu t'dis que c'est fini car pire que ça ce serait la mort Qu'en tu crois enfin que tu t'en sors quand y en a plus et ben y en a encore! Ecstasy dis problème Les problèmes ou bien la musique Ça t'prends les trips Ça te prends la tête Et puis tu pries pour que ça s'arrête Mais c'est ton corps Ce n'est pas le ciel Alors tu t'bouche plus les oreilles Et là tu cries encore plus fort Et ça persiste Alors on chante Lalalalalala, lalalalalala Alors on chante Lalalalalala, lalalalalala Alors on chante Alors on chante Et puis seulement quand c'est fini Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Alors on danse Et ben y en a encore Et ben y en a encore Et ben y en a encore Et ben y en a encore Et ben y en a encore Tradução: Então Vamos Dançar Então vamos d... Então vamos d... Então vamos d... Quem fala de estudo, fala de trabalho Quem fala de trabalho, fala de dinheiro Quem fala de dinheiro, fala de gastos Quem fala de empréstimos, fala de cobrança Quem fala de dívida, fala de oficial de justiça E também de estar na merda Quem fala de amor, fala de crianças E fala sobre o sempre e sobre divórcio Quem fala de pessoas próximas, fala de luto porque os problemas quase nunca vêm sozinhos Quem fala de crise, fala do mundo, fala da fome e do Terceiro Mundo Quem fala de cansaço, fala também do acordar ainda surdo do dia anterior Então vamos sair para esquecer os problemas Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então vamos dançar Então você diz que o pior já passou, pois pior do que isso seria só a morte Quando você acredita que está se virando bem, que nada mais vai dar errado, a vida te mostra que ainda tem mais Ecstasy te diz problema Problemas ou então música Acaba com suas entranhas Acaba com sua cabeça E daí você começa a rezar para que isso chegue ao fim Mas este é o seu corpo Este não é o céu Então você para de tampar os ouvidos E você grita ainda mais alto E isso persiste Então vamos cantar Lalalalalala, lalalalalala Então vamos cantar Lalalalalala, lalalalalala Então vamos cantar Então vamos cantar E então, quando tudo isso acabar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar Vamos dançar E ainda tem mais E ainda tem mais E ainda tem mais E ainda tem mais E ainda tem mais   Bons estudos!
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Aprender francês com vídeos: Le maquillage dans le métro

https://www.youtube.com/watch?time_continue=154&v=Qd5jXK51CGY
  1. Karambolage a reçu un mail de Ute Hardman, une professeure allemande qui vit à Paris. Écoutez ce qu’elle nous écrit.
  2. Chers amis de Karambolage, dans une de vos précédentes émissions, vous parliez du savoir-vivre dans le métro parisien aux heures de pointe. De ce moment magique où tous les parisiens se lèvent de leurs strapontins pour faire de la place aux autres passagers.
  3. Mais il y a une autre scène que l’on peut observer dans le métro. Une scène à laquelle je n’ai jamais pu m’habituer même après des années à Paris. Certaines femmes conquièrent de haute lutte une place sur les banquettes où elles ne sont pas dérangées en cas d’affluence.
  4. Puis, elles sortent un miroir de poche ou leurs smartphones et profitent du trajet pour se refaire une beauté. Avec un calme olympien, elles redessinent leurs sourcils, un peu de mascara sur les cils, un trait d’eyeliner… Certaines vont même jusqu’à se poudrer avec de la poudre libre !
  5. Mais ce qui me dépasse complètement c’est quand elles sortent la lime à ongles pour la séance de manucure. Répandre ses rognures d’ongles dans les transports… Quel manque d’égard et d’hygiène !
  6. Je ne peux cependant pas m’empêcher d’avoir une certaine admiration pour la dextérité de ses dames. Dans le métro parisien il y a des chaos, parfois des freinages brusques… Mais la parisienne a tellement intégré le rythme du métro, qu’elle s’en sort aussi bien que dans sa salle de bain. Là-dessus, rien à redire.
  7. En revanche, pourquoi faut-il qu’un rituel aussi intime soit célébré dans un lieu public ? Tout cela me laisse pantoise.
  8. C’est vrai, la parisienne a une vie tellement frénétique qu’elle n’arrive pas à se pomponner chez elle. Mais est-ce la seule raison ? Parfois je me demande si le maquillage dans le métro ne serait pas l’un de ses nombreuses armes de séduction. Car ces mises en scènes intime semblent plaire pas mal à ces messieurs en route vers le travail.
  9. D’un autre côté, ces femmes ne leur accordent pas un regard. Est-ce que cela fait partie du jeu de la séduction ? Je crois que je ne percerai jamais le mystère de la coquetterie à la française.
  10. Bien cordialement, Ute Hardman.
Tradução:
  1. Karambolage recebeu um email de Ute Hardman, uma profesora alemã que mora em Paris. Vamos ouvir o que ela escreveu
  2. Caros amigos do Karambolage, em um outro programa, vocês falaram sobre as boas maneiras no metrô parisiense durante as horas de pico. Esse momento mágico, onde todos os parisienses se levantam dos seus assentos dobráveis para dar lugar aos outros passageiros.
  3. Mas existe uma outra cena que podemos observar no metrô. Uma cena com a qual eu ainda não me acostumei, mesmo após muitos anos morando em Paris. Algumas mulheres conquistam de forma árdua um lugar nos bancos, onde elas não são incomodadas em caso de lotação.
  4. Em seguida, elas tiram um espelhinho ou os seus smartphones, e aproveitam o trajeto para retocar a maquiagem. Com uma calma divina, elas redesenham as sobrancelhas, um pouco de rímel nos cílios, um traço de delineador… Algumas chegam até a utilizar um pó solto!
  5. Mas o que realmente me impressiona é quando eles puxam a lixa de unhas para uma sessão de manicure. Espalhando pedaços de unha no metrô... Que falta de respeito e de higiene!
  6. Entretanto, eu não posso deixar de ter uma certa admiração pela destreza dessas mulheres. Tem muito caos no metrô de Paris e, às vezes, freadas bruscas... Mas a parisiense é tão acostumada ao ritmo do metrô, que ela se sai tão bem quanto como se estivesse no seu próprio banheiro. Realmente não se pode dizer nada quanto a isso.
  7. Porém, por que um ritual tão íntimo quanto esse deve ser celebrado em local público? Tudo isso me deixa sem palavras.
  8. É verdade, a parisiense tem uma vida tão frenética, que ela não consegue se embelezar na sua própria casa. Mas essa é a única razão? Às vezes, eu me pergunto se o ato de se maquiar no metrô não seria uma das suas armas de sedução. Pois essas cenas íntimas parecem agradar bastante a esses cavalheiros em seu caminho para o trabalho.
  9. Por outro lado, essas mulheres sequer olham para eles. Será que isso faz parte do jogo de sedução? Eu acho que eu nunca decifrarei o segredo da vaidade à moda francesa.
  10. Cordialmente, Ute Hardman.
Bons estudos!
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Viver e Trabalhar no Canadá

Que tal deixar um pouquinho essa nossa terra em transe e dar uma voltinha pelo Canadá? Aliás, quando você ouve a palavra Canadá o que vem a sua cabeça? Nada?!?!?!?!?! Brincadeiras a parte, vocês já ouviram falar que uma das teorias para a origem do nome deste nosso vizinho próspero e gélido, são os relatos de marinheiros espanhóis que, não encontrando ouro ou prata na região teriam marcado no mapa “Aca nada!”... Quando penso na palavra Canadá aparece na hora na minha cabeça a primeira cena do filme “O Último Rei da Escócia”, quando o protagonista, um jovem médico inglês em busca de aventuras, resolve escolher ao acaso um país para sua viagem de fim de estudos: ele agarra um pequeno globo terrestre, fecha os olhos e faz ele girar. O seu dedo se aproxima do globo, a câmera dá um close, o globo pára, os olhos se abrem: Canadá! Decepcionado, o jovem médico fecha novamente os olhos e roda o globo mais uma vez... O Canadá é mesmo um país tão quietinho que às vezes esquecemos que ele existe... Porém, o crescente número de brasileiros que lá vivem parece mostrar que o país está longe de ser um país frio e sem graça. Hoje em dia são mais de 15.000 brasileiros vivendo e trabalhando em um país moderno e dinâmico, de natureza belíssima, economia próspera e com duas línguas oficiais: o inglês e o francês! O Canadá é o segundo país mais extenso no planeta, ou seja, lá tem espaço pra todo mundo. Porém, se decidir morar por lá você ficará provavelmente em torno dos grandes lagos, nas províncias de Ontário e Quebec, onde estão as maiores cidades canadenses: Toronto, Montreal, Quebec e Ottawa. E se além de trabalhar o seu interesse é falar francês, você estará no lugar certo!  A província do Quebec, onde se encontram as cidades de Quebec e Montreal, chega a ter 80% da população falando um francês com um sotaque belíssimo, que dizem ser muito próxima do idioma falado na corte do século dezessete. (veja vídeo no fim do artigo) O Quebec, aliás, já tentou ao menos três vezes se tornar uma região independente desde que o Canadá se livrou das mãos dos ingleses. Dá para ter uma ideia da força da identidade “quebecoise” (aqueles que falam o francês do Quebec). Para aqueles que desejam trabalhar, o Quebec também é uma das províncias que mais contrata brasileiros e oferece vagas de emprego para profissionais qualificados nas áreas de administração de empresas, contabilidade, engenharia civil, enfermagem, engenharia da computação e tecnologia da informação. A província tem um programa chamado “Missões de Recrutamento” que  no link abaixo vocês podem obter informações detalhadas deste programa: https://www.quebecentete.com/pt/ O governo canadense também oferece um programa chamado “Express Entry”. Trata-se de um cadastro em um banco de dados do Ministério da Imigração Canadense. Ali o candidato preenche um formulário com dados pessoais e formações profissionais e acadêmicas. Este cadastro fica no banco de dados por um ano enquanto o candidato espera um convite do ministério. O processo seletivo costuma acontecer entre os meses de julho e setembro. Mais informações sobre este programa podem ser encontradas aqui: https://www.canada.ca/en/immigration-refugees-citizenship/services/immigrate-canada/express-entry.html Ter a vivência de uma língua estrangeira no próprio país onde essa língua é falada é uma das experiências mais incríveis que se pode ter. Mas para isso é necessário bastante planejamento, persistência e uma boa base da língua nativa. Então o que acha de, antes de nos despedirmos, dar uma olhadinha neste pequeno vídeo que conta a origem do francês canadense, o quebecois, em québécois ?! O sotaque não é água com açúcar para aqueles que estão acostumados com o francês europeu mas aí é só seguir a transcrição e a tradução que fizemos para vocês logo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=Oyf8tz_IoyQ Bon voyage! Transcrição do Vídeo Au Québec on ne discute pas on jase, pis ça, ben, ça fait toute la différence. Il reste pas moins qu’on parle français. Si tu viens de France ou d’ailleurs tu risque d'avoir du mal à tout comprendre  au début. Mais c’est que jaser comme du monde d’icite, c’est un osti de grosse job. Pis crois moi c’est pas parce que tu as inventé l’eau chaude que tu vas tout catché en deux minutes. Mais écoute moi bien pis tu vas tout comprendre.Tout d’abord d’où vient ce fameux accent québécois? Hé bien il faut remonter en 1534 pour en trouver l’origine quand le navigateur Jacques Cartier découvre le Québec. Pis ensuite Champlain poursuit l’exploration du Québec qui à l’époque s’appelait la Nouvelle France. Fait que, le Québec, ben, c’est une colonie française pis les colons aboutissent par bateau depuis la France. Fait que les habitants du Québec parle exactement le même français qu’à Paris, parce qu’ils viennent de France. C’est d’ailleurs un vieux français où l’on ne prononçait pas toutes les syllabes des mots. En 1763, après avoir perdu la bataille de plaines d’Abraham de 1759, l’empire français cède ses terres à l’empire britannique et n’y a plus d’échange entre le Québec et la France. Donc les deux manières de parler se sont différenciées et ont évoluées de manière indépendantes. Mais contrairement à ce que l’on pourrait croire, il semblerait que ce soit le parisiens qui changent leur manière de parler décidant soudainement de prononcer toutes les syllabes, toutes les lettres, toutes les mots comme il faut. C’est quand même une drôle d’idée, c’est pas mal moins drôle. Bref première leçon le québécois ce n’est pas un français déformé mais plutôt un français historique proche de celui qui était parlé dans le cour avant le 17ème siècle. Donc au Québec on parle français un point et c'est tout. Tradução No Quebec a gente não conversa a gente conversa (em francês canadense) e isso faz toda a diferença. Isso não quer dizer que não falamos francês. Se você é francês ou de algum outro lugar você corre o risco de não entender tudo no começo. Mas é que falar com a gente daqui é um trabalho duro. Mas olha só, não é porque você inventou à água quente que você vai sacar tudo me dois minutos. Mas me escute bem que você vai entender. Primeiro de onde vem esse famoso sotaque do quebec? Bom, temos que voltar para 1534 quando o navegador Jacques Cartier descobre o Quebec. Em seguida Champlain prossegue a exploração da então chamada Nova França. O fato é que o Quebec é uma colônia francesa, então os colonos chegavam de barco vindos da França. E os habitantes falavam a mesma língua que em Paris pois eles vinham da França. Era aliás um francês antigo onde não era pronunciada todas as sílabas das palavras. Em 1763, depois da derrota da batalha dos Campos de Abraham em 1759, o império francês cedeu suas terras ao império britânico e a partir daí não tem mais trocas entre o  Quebec e a França. Assim as duas maneiras de falar se diferenciam e evoluem de maneira independente. Mas ao contrário do que podíamos imaginar são os parisienses que mudam sua maneira de falar e passam a pronunciar repentinamente todas as letras, sílabas e palavras. É mesmo uma ideia bizarra e um jeito bizarro de falar. Enfim, primeira lição, o quebecois não é um francês deformado mas um francês histórico próximo daquele que era falado na corte antes do século dezessete. Então no Quebec falamos francês e ponto.
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