Artigo: Le Château de Vaux-le-Vicomte

Como todos sabem, a França é um país conhecido essencialmente pela sua cultura, moda, culinária e monumentos. E o que falar dos monumentos? Entre os inúmeros que podemos encontrar por aqui, destaca-se uma quantidade incontável dos mais incríveis castelos (os châteaux). Eu morei na França durante 7 anos, e neste tempo tive a oportunidade de visitar alguns dos mais belos castelos franceses. Como arquiteta, e curiosa, adoro investigar o que está por trás das estruturas e principalmente das histórias que testemunharam a construção e consolidação do que foi um dia um grande império. E uma das histórias que mais me chamou atenção foi a do Château de Vaux-le-Vicomte. O domínio onde se situa esse castelo foi comprado por Nicolas Fouquet, superintendente de finanças de Louis XIV em 1641, mas a inauguração do castelo só ocorreu em 1661, quando Fouquet recebeu o Rei e toda a corte francesa numa gigantesca festa que bombou para 3 mil convidados. Dizem as más línguas que foi nessa festa que o Rei, invejando o deslumbre daquele castelo divino, mandou prender o tal superintendente. Imagina se alguém poderia ousar construir um castelo mais bonito e suntuoso que o seu?! Mas segundo fontes mais oficiais, a decisão já teria sido tomada 4 meses antes, pois o Rei suspeitava que Fouquet andava passando a mão no orçamento real (e inclusive em alguns livros da realeza: algo como 11 milhões!), o que teria sido apenas confirmado naquela ocasião. A mãe do Rei, muito nobre e educada, teria declarado que não era honroso para um rei mandar prender a pessoa que o recebe como convidado. O coitado do Fouquet foi então preso cerca de 15 dias depois da tal festa e, após um processo que durou 3 anos, foi condenado e passou os 15 últimos anos da sua vida na prisão (reza a lenda que ele ficou encarcerado no mesmo local e época que o “Homem da Máscara de Ferro”). O Rei Sol ordena então aos mesmos arquitetos e artistas que trabalharam na execução do Vaux-le-Vicomte que lhe fizessem um castelo ainda maior, mais lindo e mais purpurinado que aquele outro das inimigas (assim ele podia se livrar do velho Château de Saint- Germain-en-Laye, onde ele nasceu e viveu durante sua juventude, e o qual ele achava feio, bobo, chato e frio)! E voilà, assim nasceu o Château de Versailles.         E eu não canso de repetir (Louis XIV se revirar no caixão toda vez que eu digo isso… haha!), que se as pessoas – turistas ou até mesmo os franceses – tiverem a oportunidade, devem ir conhecer o Château de Vaux-le-Vicomte, pois ele é tão belo quanto o de Versailles (se não é mais…), e a sua beleza pode ser contemplada a uma escala muito mais humana.   Bons estudos!
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Artigo: 50 anos de Maio de 68

Se você andasse pelas ruas do centro de Paris há exatos 50 anos veria uma cidade muito diferente. Não que a arquitetura da cidade tenha se transformado. Aliás, se você subisse pelo boulevard Saint Michel naquela época veria provavelmente os meus monumentos que ainda hoje estão por lá: a catedral Notre Dame à beira do Sena, a fonte Saint Michel no início do boulevard, as ruelas do Quartier Latin, o prédio da Universidade Sorbonne, e o fim do boulevard no Jardim de Luxemburgo. Mas naquele mês de maio de 1968 a atmosfera era completamente diferente. Percorrendo o mesmo trajeto leríamos nos muros do boulevard frases que se tornariam o slogan de muitas gerações.   La beauté est dans la rue!”   (A beleza está nas ruas!)   “Soyez réaliste demandez l’impossible” (Seja realista peça o impossível!)   “Il est interdit d’interdire” (É proibido proibir!)   Pela noite, bandeiras vermelhas por todos os lados eram iluminadas pelas chamas de ônibus e carros incendiados. Em cada ruela uma barricada feita com os paralelepipedos tirados do boulevard. Aqueles “pavés” (paralelepípedos) eram o símbolo daquela geração.    Um mês inteiro de manifestações, greves, confrontos com a polícia e com todo e qualquer representante de poder. O mote era dar vazão ao desejo de revolta, seja contra o governo, contra a polícia, contra o professor, contra os pais. A juventude francesa saiu às ruas para se revoltar contra tudo o que representava o passado conservador, patriarcal, autoritário do país. O que ficou conhecido como “Maio de 1968” em Paris foi uma das maiores revoluções culturais do ocidente no século XX. O cantor e compositor francês Renaud que tinha então 16 anos compôs na efervescência das ruas a sua primeira canção. Em sua letra podemos sentir um pouco da vibração e violência das noites de maio:   Je venais de manifester au Quartier J'arrive chez moi, fatigué, épuisé, Mon père me dit : bonsoir fiston, comment ça va ? Je lui réponds : ta gueule, sale con, ça t'regarde pas !   Eu acabava de manifestar no Quartier Latin Eu chego em casa, cansado, acabado, Meu pai me diz: bom dia filhão, como você está? Eu lhe respondo: cala boca velho, isso não te interessa!   Como explicar tamanha revolta? Os jovens franceses que atingiam a maioridade neste ano de 1968 foram a primeira geração nascida depois do fim da segunda guerra mundial. Uma geração que não conheceu as guerras em sua própria casa, uma geração que cresceu no impulso dos “30 anos gloriosos”, os anos que se seguiram à reconstrução da Europa. Um período de desenvolvimento econômico, pleno emprego e explosão do consumo. Diferente de seus pais e avós que passaram por duas guerras mundiais, os “soixante-huitards” (expressão que se refere À esta geração, algo como “os de 68”)  cresceram dentro das universidades. Estes jovens sonhadores não se encaixavam mais em um país de valores conservadores e que tinha um militar por presidente, o general Charles De Gaulle. O espírito desta geração foi cantado, de uma maneira belíssima, pelo compositor greco-ítalo-francês Georges Moustaki, em uma canção de 1969: Nous prendrons le temps de vivre D’être libres, mon amour Sans projets et sans habitudes Nous pourrons rêver notre vie Viens, je suis lá, je n’attends que toi Tout est possible, tout est permis Viens, écoute ces mots qui vibrent Sur les murs du moi de mai Ils nous disent la certitude Que tout peut changer un jour   Nós tomamos nosso tempo de viver De sermos livres, meu amor Sem projetos, sem hábitos Nós poderemos viver nossa vida Vem, eu estou aqui, e só espero você Tudo é possível, tudo é permitido Venha, escute essas palavras que vibram Nos muros do mês de maio Elas nos dão a certeza Que tudo pode mudar um dia   No início do mês a Universidade de Nanterre, criada na periferia parisiense para dar conta ao crescimento do número de estudantes nos últimos anos, foi fechada pelo reitor por causa de uma manifestação de jovens contrários à prisões de estudantes durante um ato contra a guerra do Vietnã dias antes. No dia seguinte um protesto organizado pelos mesmos estudantes no centro de Paris é reprimido  pela polícia. A brutalidade do confronto faz crescer o apoio aos universitários nos colégios. No dia 10 de maio é a noite das barricadas. Uma série de confrontos entre policiais e estudantes escondidos atrás de barricadas nas ruelas do Quartier Latin. Depois deste novo confronto muitos outros setores da sociedade se solidarizaram com os estudantes culminando em uma greve geral à partir do dia 14 de maio e mesmo à dissolução da Assembléia Nacional no fim do mês. O contato de um velho e de um novo mundo gerou uma grande explosão. As coisas foram voltando aos poucos à normalidade mas as marcas deste relâmpago social permanecem até hoje. Os jovens no mês de maio desejaram uma sociedade onde houvesse liberdade plena: liberdade individual, liberdade sexual, respeito à minorias, uma sociedade menos belicista e menos consumista. Reivindicações que ainda ecoam 50 anos depois deste mês de maio de 1968.                Bons estudos!  
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A poesia de uma língua

De vez em quando em meio a minha rotina, se estou atento, me deparo com algo que me faz parar e sentir algo diferente. Às vezes um olhar, uma luz, uma cor, uma palavra, um pôr do sol… Se estamos atentos, é possível que vez ou outra encontremos algo poético em nosso dia a dia. Pois como nos alertou Guimarães Rosa “Tudo, aliás, é a ponta de um mistério”. A poesia é algo assim reconhecível porém difícil de explicar. Como se de repente uma porta se abrisse na gente e o que está dentro interage com o que está fora, tornando tudo diferente e belo. E o que a poesia pode ter a ver com o aprendizado da língua francesa? Para falar verdadeiramente uma língua é preciso antes se apaixonar e se deixar tocar por ela. Imagine aprender uma língua quando se é obrigado: uma tarefa árdua e quase impossível. O aprendizado tem que ser prazeroso e para isso nada melhor que se abrir para o que o idioma tem de curioso, belo, intrigante e misterioso. Aprender francês através da poesia de suas palavras, ou seja, através da beleza da sonoridade, da musicalidade, do fio invisível que liga a forma ao seu significado, tudo isso pode ser uma experiência divertida, prazerosa e apaixonante.      George, um velho professor (e presidente!) francês disse uma vez: “ a poesia é a alma da língua, e suas palavras o coração que nela bate”. Poético...Por essas e muitas outras, a proposta deste primeiro de muitos artigos sobre a poesia, é apresentar um pouco mais essas pessoas extraordinárias que dedicaram suas vidas à beleza poética das palavras. Agora pare de ler e preste atenção em sua respiração por alguns segundos... pronto? Imagine uma noite de luar clara e serena, jovens apaixonados que dançam e cantam uma bela canção. Eles estão tão felizes que já quase sentem em algum lugar a tristeza que virá quando tudo se acabar... A paisagem ou a situação poderia ser um pouco diferente mas as sensações dos jovens apaixonados não são difíceis de reconhecer. Eis o tema de um poema escrito no ano de 1869 pelo poeta Paul Verlaine, um dos três poemas de sua Suite Bergamasque. Temas aliás que contrastam com a vida conturbada e violenta do poeta que integra o grupo dos “Poetas Malditos”. do qual faz parte os poetas Tristan Corbière, Stéphane Mallarmé e Arthur Rimbaud, com quem Verlaine viveu um romance turbulento.      Este poema se chama Clair de Lune,  literalmente “O clarão da lua” comumente traduzido por Luar. Antes de ler a tradução eu sugiro e você se deixe levar pela musicalidade do poema original que também pode ser escutado na leitura de Louis Velle. Versão falada: https://www.youtube.com/watch?v=6Tc1FuXj4bs Clair de Lune Votre âme est un paysage choisi Que vont charmant masques et bergamasques Jouant du luth et dansant et quasi Tristes sous leurs déguisements fantasques. Tout en chantant sur le mode mineur L’amour vainqueur et la vie opportune, Ils n’ont pas l’air de croire à leur bonheur Et leur chanson se mêle au clair de Lune, Au calme clair de lune triste et beau, Qui fait rêver les oiseaux dans les arbres Et sangloter d’extase les jets d’eau, Les grands jets d’eau sveltes parmi les marbres. E aqui vai uma tradução tal qual foi proposta por Álvaro Cardoso Gomes:   Luar Vossa alma é uma paisagem escolhida Que máscaras e bergamáscaras vão encantando Tocando alaúde e dançando quase Tristes sob seus disfarces fantasiosos Cantando em modo menor O amor vencedor e a vida oportuna Não parecem acreditar em sua felicidade E sua canção se mescla ao luar Ao calmo luar triste e belo Que faz sonhar os pássaros em suas árvores E soluçar d’extase os chafarizes Os grandes chafarizes esbeltos entre os mármores   O que mais me toca neste poema é a ambiguidade que traz a alegria da festa e ao mesmo tempo um sentimento de melancolia da luz do luar, uma luz triste mas bela. Ou as máscaras dançantes que escondem rostos quase tristes, e até os chafarizes que soluçam de êxtase. Agora perceba como o ritmo dos versos e as rimas cruzadas evocam a música e a dança do poema. Proponho um exercício: leia em voz alta do segundo ao quinto verso do poema e observe como todas as construções com particípios presentes (as palavras terminadas com ant: charmant, jouant, chantant, dansant)  assim como a repetição do “E” (Et) no terceiro verso reproduzem a cadência e o ritmo da dança. Aqui vale um pequeno comentário sobre as rimas. Quando fazemos a tradução de um poema nos deparamos com o dilema entre manter as imagens propostas pelo significado das palavras ou as sensações do seu ritmo e sonoridade. As rimas entre “árvore” (arbre) et “mármore” (marbre) na última estrofe dão certo em português, agora proponho um desafio: você teria uma boa solução para a rima entre “beau” e “jets d’eau” (belo e chafariz) ou “mineur” e “bonheur” (menor e felicidade)?   Aprender francês através das imagens poéticas pode ser também bastante desafiador! E se você apreciou esse poema deixo aqui uma última sugestão: releia-o, pense em suas imagens e coloque bem alto a música que o compositor francês Claude Debussy compôs no ano 1906 inspirado pelo poema. Ela se chama  “Clair de Lune” e é uma obra-prima da música impressionista ao buscar através da harmonia sonora retratar as sensações criadas pelo poema de Paul Verlaine. Você pode escutá-la aqui: https://www.youtube.com/watch?v=CvFH_6DNRCY    Divirta-se e boa viagem!
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Viver e Trabalhar no Canadá

Que tal deixar um pouquinho essa nossa terra em transe e dar uma voltinha pelo Canadá? Aliás, quando você ouve a palavra Canadá o que vem a sua cabeça? Nada?!?!?!?!?! Brincadeiras a parte, vocês já ouviram falar que uma das teorias para a origem do nome deste nosso vizinho próspero e gélido, são os relatos de marinheiros espanhóis que, não encontrando ouro ou prata na região teriam marcado no mapa “Aca nada!”... Quando penso na palavra Canadá aparece na hora na minha cabeça a primeira cena do filme “O Último Rei da Escócia”, quando o protagonista, um jovem médico inglês em busca de aventuras, resolve escolher ao acaso um país para sua viagem de fim de estudos: ele agarra um pequeno globo terrestre, fecha os olhos e faz ele girar. O seu dedo se aproxima do globo, a câmera dá um close, o globo pára, os olhos se abrem: Canadá! Decepcionado, o jovem médico fecha novamente os olhos e roda o globo mais uma vez... O Canadá é mesmo um país tão quietinho que às vezes esquecemos que ele existe... Porém, o crescente número de brasileiros que lá vivem parece mostrar que o país está longe de ser um país frio e sem graça. Hoje em dia são mais de 15.000 brasileiros vivendo e trabalhando em um país moderno e dinâmico, de natureza belíssima, economia próspera e com duas línguas oficiais: o inglês e o francês! O Canadá é o segundo país mais extenso no planeta, ou seja, lá tem espaço pra todo mundo. Porém, se decidir morar por lá você ficará provavelmente em torno dos grandes lagos, nas províncias de Ontário e Quebec, onde estão as maiores cidades canadenses: Toronto, Montreal, Quebec e Ottawa. E se além de trabalhar o seu interesse é falar francês, você estará no lugar certo!  A província do Quebec, onde se encontram as cidades de Quebec e Montreal, chega a ter 80% da população falando um francês com um sotaque belíssimo, que dizem ser muito próxima do idioma falado na corte do século dezessete. (veja vídeo no fim do artigo) O Quebec, aliás, já tentou ao menos três vezes se tornar uma região independente desde que o Canadá se livrou das mãos dos ingleses. Dá para ter uma ideia da força da identidade “quebecoise” (aqueles que falam o francês do Quebec). Para aqueles que desejam trabalhar, o Quebec também é uma das províncias que mais contrata brasileiros e oferece vagas de emprego para profissionais qualificados nas áreas de administração de empresas, contabilidade, engenharia civil, enfermagem, engenharia da computação e tecnologia da informação. A província tem um programa chamado “Missões de Recrutamento” que  no link abaixo vocês podem obter informações detalhadas deste programa: https://www.quebecentete.com/pt/ O governo canadense também oferece um programa chamado “Express Entry”. Trata-se de um cadastro em um banco de dados do Ministério da Imigração Canadense. Ali o candidato preenche um formulário com dados pessoais e formações profissionais e acadêmicas. Este cadastro fica no banco de dados por um ano enquanto o candidato espera um convite do ministério. O processo seletivo costuma acontecer entre os meses de julho e setembro. Mais informações sobre este programa podem ser encontradas aqui: https://www.canada.ca/en/immigration-refugees-citizenship/services/immigrate-canada/express-entry.html Ter a vivência de uma língua estrangeira no próprio país onde essa língua é falada é uma das experiências mais incríveis que se pode ter. Mas para isso é necessário bastante planejamento, persistência e uma boa base da língua nativa. Então o que acha de, antes de nos despedirmos, dar uma olhadinha neste pequeno vídeo que conta a origem do francês canadense, o quebecois, em québécois ?! O sotaque não é água com açúcar para aqueles que estão acostumados com o francês europeu mas aí é só seguir a transcrição e a tradução que fizemos para vocês logo abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=Oyf8tz_IoyQ Bon voyage! Transcrição do Vídeo Au Québec on ne discute pas on jase, pis ça, ben, ça fait toute la différence. Il reste pas moins qu’on parle français. Si tu viens de France ou d’ailleurs tu risque d'avoir du mal à tout comprendre  au début. Mais c’est que jaser comme du monde d’icite, c’est un osti de grosse job. Pis crois moi c’est pas parce que tu as inventé l’eau chaude que tu vas tout catché en deux minutes. Mais écoute moi bien pis tu vas tout comprendre.Tout d’abord d’où vient ce fameux accent québécois? Hé bien il faut remonter en 1534 pour en trouver l’origine quand le navigateur Jacques Cartier découvre le Québec. Pis ensuite Champlain poursuit l’exploration du Québec qui à l’époque s’appelait la Nouvelle France. Fait que, le Québec, ben, c’est une colonie française pis les colons aboutissent par bateau depuis la France. Fait que les habitants du Québec parle exactement le même français qu’à Paris, parce qu’ils viennent de France. C’est d’ailleurs un vieux français où l’on ne prononçait pas toutes les syllabes des mots. En 1763, après avoir perdu la bataille de plaines d’Abraham de 1759, l’empire français cède ses terres à l’empire britannique et n’y a plus d’échange entre le Québec et la France. Donc les deux manières de parler se sont différenciées et ont évoluées de manière indépendantes. Mais contrairement à ce que l’on pourrait croire, il semblerait que ce soit le parisiens qui changent leur manière de parler décidant soudainement de prononcer toutes les syllabes, toutes les lettres, toutes les mots comme il faut. C’est quand même une drôle d’idée, c’est pas mal moins drôle. Bref première leçon le québécois ce n’est pas un français déformé mais plutôt un français historique proche de celui qui était parlé dans le cour avant le 17ème siècle. Donc au Québec on parle français un point et c'est tout. Tradução No Quebec a gente não conversa a gente conversa (em francês canadense) e isso faz toda a diferença. Isso não quer dizer que não falamos francês. Se você é francês ou de algum outro lugar você corre o risco de não entender tudo no começo. Mas é que falar com a gente daqui é um trabalho duro. Mas olha só, não é porque você inventou à água quente que você vai sacar tudo me dois minutos. Mas me escute bem que você vai entender. Primeiro de onde vem esse famoso sotaque do quebec? Bom, temos que voltar para 1534 quando o navegador Jacques Cartier descobre o Quebec. Em seguida Champlain prossegue a exploração da então chamada Nova França. O fato é que o Quebec é uma colônia francesa, então os colonos chegavam de barco vindos da França. E os habitantes falavam a mesma língua que em Paris pois eles vinham da França. Era aliás um francês antigo onde não era pronunciada todas as sílabas das palavras. Em 1763, depois da derrota da batalha dos Campos de Abraham em 1759, o império francês cedeu suas terras ao império britânico e a partir daí não tem mais trocas entre o  Quebec e a França. Assim as duas maneiras de falar se diferenciam e evoluem de maneira independente. Mas ao contrário do que podíamos imaginar são os parisienses que mudam sua maneira de falar e passam a pronunciar repentinamente todas as letras, sílabas e palavras. É mesmo uma ideia bizarra e um jeito bizarro de falar. Enfim, primeira lição, o quebecois não é um francês deformado mas um francês histórico próximo daquele que era falado na corte antes do século dezessete. Então no Quebec falamos francês e ponto.
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Qual o país que tem a fronteira mais extensa com a França?

De todos os países que fazem fronteira com a França, qual o país cuja fronteira é a mais extensa? Hummm... Vamos ver... Você pensou na Espanha? Se enganou! Seria Itália? Também não! Ora, então é a Alemanha? Não. Bélgica, Suiça? Na-na-não... Está preparado? Então vamos lá... A maior fronteira da França é com... o BRASIL! É isso mesmo! Nosso idolatrado, salve, salve! Aí, você me pergunta: mas como assim? Trata-se da fronteira que existe entre a Guiana Francesa e o norte do Brasil, e que possui uma extensão de 673km, enquanto que a fronteira França-Espanha é de apenas 623km. É isso mesmo, a Guiana Francesa ainda é um território francês! A França é um dos países que mais colonizou no mundo todo e ainda possui territórios em todo o globo terrestre. É o que chamamos de “France d’outre-mer”, ou seja, a França além-mar. Esses territórios são conhecidos como DROM-COM (départements, régions et collectivités d’outre-mer) ou ainda DOM-TOM (départements et territoires d'outre-mer). Por isso, é muito comum chamarmos o território francês situado na Europa como France continentale/le continent, ou ainda, la France métropolitaine/la métropole. Ou seja, a relação íntima entre a França e o Brasil vai além das relações profissionais, turísticas ou acadêmicas. Podemos dizer que ela é também geográfica! :)   Parmi tous les pays qui font frontière avec la France, lequel possède la frontière la plus étendue ? Bon, voyons voir... Vous avez pensé à l’Espagne ? Vous vous êtes trompés ! Ça serait l’Italie alors ? Non plus ! Alors, c’est Allemagne ! Non. Belgique, Suisse ? Non-non-non... Vous êtes prêts ? Alors, on y va... La plus longue frontière que possède la France est avec... le BRÉSIL ! C’est bien ça ! Notre cher pays ! Vous me demanderez : alors, comment est-ce possible ? Il s’agit de la frontière qu’entretient la Guyanne Française avec le nord du Brésil et qui s’étend sur 673km, tandis que la frontière France-Espagne n’est que de 623km. Et oui, la Guyanne Française est toujours un territoire français ! La France était l’un des pays les plus colonisateurs et elle possède encore des territoires tout autour du globe. C’est ce que l’on appelle la “France d’outre-mer”. Ces territoires sont connus comme les DROM-COM (départements, régions et collectivités d’outre-mer) ou alors les DOM-TOM (départements et territoires d'outre-mer). On appelle alors le territoire français situé en Europe la France continentale/le continent, ou encore, la France métropolitaine/la métropole. On en conclu que la relation entre la France et le Brésil va au-delà des rapports professionnelles, touristiques ou académiques. On peut dire qu’elle est aussi géografique ! :) Para baixar os áudios completos, CLIQUE AQUI!  Bons estudos!
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Le Croissant

Por Rodrigo Veloso Em minha singela opinião, a mais grandiosa realização da milenar civilização francesa é o belo, o saboroso, o estonteante, o inacreditavelmente delicioso... croissant amanteigado! Este pão, feito delicadamente com uma fina massa folhada e amanteigada em formato de lua crescente (croissante em francês) é sem dúvida um dos grandes símbolos da cultura francesa e, como todo grande símbolo, circundado de lendas e histórias. - “Se eles não têm pão, que comam brioches!” Você provavelmente já ouviu esta frase em suas aulas de história. Ela teria sido dita pela rainha Maria Antonieta em 1789, enquanto o povo francês tomava as ruas de Paris e marchavam irados em direção ao Palácio de Versalhes dando início à Revolução Francesa. Verdadeira ou não, toda história tem um pouco de lenda e toda lenda um pouco de história. O Brioche é na verdade um primo pobre do Croissant, ambos parecem ter sido introduzido na França na época de Maria Antonieta, rainha francesa mas nascida em Viena na Áustria. Por esse motivo o croissant - assim como o pain au chocolat, chausson aux pommes, e outras delícias - são conhecidos em francês como “viennoiseries”, ou seja, confeitos vindos de Viena. Apesar do brioche ser algo menos requintado que o croissant, ainda sim era algo inacessível para o faminto povo francês em plena revolução. Uma grande ironia... Então quer dizer que este grande símbolo francês é na verdade de origem austríaca? Bem, sim… é o que nos diz essa outra história: Estamos um século antes da revolução francesa, precisamente em 1683 quando os vienenses resistiam bravamente aos ataques do exército turco. Em uma noite sem luar, decidindo aproveitar da escuridão, os turcos começaram a cavar um túnel sob os muros de Viena. Porém, os padeiros vienenses, que estavam acordados naquela madrugada preparando seus pães, perceberam a movimentação e alarmaram os soldados austríacos, que puderam defender a cidade e, em seguida, vencer o exército turco. Acontece que, no corre corre da padaria, uma fornada acabou caindo no chão. Após a batalha estes pães disformes foram servidos aos soldados quando um deles percebeu que o formato do pão lembrava a meia lua da bandeira turca! Pronto, estava criado o símbolo da vitória e do heroísmo dos padeiros austríacos, o croissant! Aí está! Agora você pode impressionar a todos com essas histórias de guerras e revoluções enquanto saboreia tranquilamente um croissant au beurre em uma boulangerie française… À mon avis, le plus grand accomplissement de la millénaire civilisation française c’est le beau, le savoureux, le vertigineux, l’incroyablement délicieux… croissant au beurre! Cette pâtisserie délicatement préparée avec une fine pâte feuilletée au beurre et en forme de lune croissante est, sans aucun doute, l’un des plus grand symboles de la culture française et, comme tout symbole, entouré de légendes et d'histoire. - “S’ils n’ont pas de pains, qu’ils mangent de la brioche! Vous avez probablement entendu cette phrase dans vos cours d’Histoire. Elle aurait été prononcé par Marie Antoinette en 1789, quand le peuple français occupait les rues de Paris et marchaient en colère vers le Palais de Versailles, aux débuts de la Révolution Française. Vrai ou pas, tous les histoires ont un peu de légende, et tous les légendes ont un peu d’histoire. La Brioche est le cousin pauvre du croissant. Tous les deux auraient été introduits en France à l’époque de Marie Antoinette qui était une reine française née à Vienne. C’est pourquoi le croissant - ainsi que le pain au chocolat, le chausson aux pommes et d’autres délices françaises - sont appelés “les viennoiseries”, c’est à dire, “les pâtisseries venues de Vienne”. Même si la brioche était moins raffinée, elle était aussi inaccessible que le croissant au peuple français en pleine révolution. Une grande ironie... Alors le plus grand symbole français est, en effet, autrichien? Ah bah, oui… C’est ce quenous raconte une deuxième légende sur origine du croissant. Nous sommes un siècle avant la révolution française, plus précisément l’année 1683 quand les viennois résistaient bravement aux attaques des turcs qui assiègaient la ville. Dans une nuit sans lune, le turcs voulaient profiter de l'obscurité pour creuser un tunnel sous les murs de Vienne. Cependant, les boulangers viennois levés avant l'aube pour préparer leur fournée auraient donné l'alarme à l’armée qui a pu défendre la ville et, après, vaincre les turcs. Cependant, en plein milieux du chaos de la boulangerie, une fournée est tombé par terre. Après la bataille ces pains déformés ont été servis aux soldats. C’était quand l’un de ces soldats a aperçu que le format du pain rappelait la demi lune du drapeau turc! Ça y est, c’était la création du symbole de la victoire de l’Autriche et un hommage aux héros boulangers, le croissant! Voilá, maintenant tu peux impressionner tous tes amis en racontant ces histoires de guerres et de révolutions pendant que vous goutiez tranquillement un croissant au beurre dans une boulangerie française. Bons estudos!
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A história por trás da rixa entre franceses e ingleses

A história é longa, e velha. Mas tudo bem... Vamos entender algumas coisas. Pesquisando pra esse artigo, descobri que os normandos dominaram a Inglaterra em 1066... Nessa ocasião, instalaram uma administração francófona na Inglaterra e a língua da corte se tornou o francês, durante vários séculos... E até hoje, diz-se (uma pesquisadora chamada Laura K. Lawless) que um terço das palavras do inglês atual são de origem francesa. Isso por si só já deve dar umas cosquinhas nos anglófonos... E o inverso também existe, e deve incomodar um pouco os franceses. Mas bem, e a Guerra dos Cem Anos? Já escutou falar? Esse deve ser o maior motivo "histórico"...Sim, entre 1337 e 1453, a França e a Inglaterra estiveram em guerra.... Motivos: uma depressão geral na Europa, questões de sucessão dos reinos, ambição do homem, que é coisa que não tem fim. Gosto muito da frase "cabeça de gente é terra que ninguém caminha"... Entende? Pois é, Caetano Veloso disse em uma música "de perto ninguém é normal"... E o homem sempre querendo mais, buscando fora o que pode entender por dentro, e alimentando guerras e batalhas sem sentido. Bem, a França, com campos mais férteis e clima mais favorável, acabou tendo melhor desenvolvimento agrícola, nessa época. A França na época da Guerra dos Cem Anos, tinha entre 16 e 17 milhões de habitantes... Enquanto a Inglaterra apenas 4. Já a Inglaterra, com um período de crise climática, passou por dificuldades, e investiu na criação das ovelhas, que tinham uma lã fina de boa qualidade. E essa crise, acabou levando ela a ter uma desenvolvimento industrial precoce, e isso trouxe mais tarde riquezas... Então em meio à crises, grupos políticos, interesses contrários, outras "nações" e reinos acabaram também mexendo seus pauzinhos para levar vantagem... E a Guerra dos Cem Anos, foi uma sequência de várias batalhas, muitas vezes isoladas e sem contexto direto umas com as outras... E enfim, seria muita história pra contar em um artigo rápido como esse, essa rixa continua. No mais, imagine um povo vivendo em frente ao outro, separados por um canal apenas... Um barco e pronto: a possibilidade de ir buscar algo, pilhar uma cidade, etc... Imagine, por exemplo, brasileiros e argentinos...rs... No mais, mais tarde, quando a Inglaterra enriqueceu vendendo tecidos para Portugal e Espanha, e pro mundo, e se tornou uma potência, sobretudo com a colonização da América do Norte, os franceses que demoraram para instaurar colônias significativas, devem ter tido uma invejinha... Será? Creio que sim... Então, como vocês podem ver, os motivos são vários, históricos, está na linguagem, etc... Depois, também, é justo dizer que existe admiração mútua entre os dois povos, entre as duas culturas... Não só de rixas vive o homem... rs... Assim como entre nós, brasileiros, e os argentinos. E essa disputa e admiração, trazem um ponto positivo para nós: como você viu, um terço das palavras do inglês tem origem francesa, ou seja, falar inglês ajuda no francês e vice-versa... Então, pra quem já fala inglês, estudar francês é uma ótima ideia! E depois do francês fica mais fácil aprender inglês! Então bons estudos e mãos à obra!
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“French Fries”: quem inventou de fato a batata frita?

Céus... Nos Estados Unidos, "batata frita" se diz "french fries" que significa literalmente "fritas francesas"... Porém, as batatas foram inventadas na França? Pois é... Não! Mas onde, então? Bem alí do lado... Na Bélgica, outro país francófono, ou seja, que também fala francês. E na Bélgica tem então uma tradição de restaurante de batatas fritas... E as pessoas vão comer batata frita, ou seja saem para isso, como se fossem numa pizzaria ou num restaurante japonês. Mas alí, neste caso, elas vão numa "fritaria"... Isso mesmo! Rs... Quer ver um vídeo onde uma francesa conta essa história... Veja aqui no vídeo, e já aprende um monte de francês com as legendas que estão em português e francês... ;) Bom vídeo, estudos e batatas fritas! https://youtu.be/vgmYp4ScW7I
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Artigo “Le Verlan”

Le “Verlan” Verlan  é um tipo de gíria francesa que consiste em brincar com a a inversão da ordem das sílabas de uma palavra, colocando-as de forma inversa, ou em francês “à l’invers”. A partir do que já dá pra supor o significado do nome “Verlan”, é justamente a inversão de “à l’invers”. Muitos “verlan’s” chegaram e ficaram na língua francesa, sendo muito utilizadas, e embora algumas ainda guardem um “quê” de informalidade, outras já são bastante aceitas nas gerações das pessoas abaixo de 50 anos, ou quem sabe até mais velhas, num meio mais alternativo. Então é isso, simples assim: o verlan é separar a palavra em duas, inverter a ordem e “mandar ver”! Com certeza, chegar na França sabendo alguns “verlan’s” chave já abre algumas portas e quem sabe até facilita novas amizades. E no final de contas, não deixa de ser um vocabulário a mais, como qualquer outro, muito utilizado, que vale a pena saber. E além disso, mostrar que você está atualizado com o mundo moderno, e seu francês é um “francês cultural” e prático, e não só de livros e salas de aulas, é muito bom! Ah... Ultima coisa, na construção final do verlan, algumas letras desnecessárias saem e outras são colocadas pra tornar a pronúncia mais fácil... Como vamos ver em outros artigos e materiais, os franceses adoram fazer a “liaison” (ligação) entre as palavras pra dar fluidez à linguagem! Alguns exemplos!!! Une  Femme  ...  une meuf (mulher) T’es une femme très inteligente – T’es une meuf trop cool Você é uma mulher muito inteligente – ce é uma mina foda Un Arabe ... un rebeu... (arabe) Il est arabe d’origine marocaine – c’est un rebeu du maroc Ele é um árabe de origem marroquina – é um “rebeu” do marrocos Un noir ... Un renoi – (negro) La police se méfie des noirs par prejugé – Le policier c’était un renoir C’est Fou ... C’est Ouf (louco) C’est fou comme t’as grandi ma petite – c’est ouf comme t’as grandi Como você cresceu minha pequena lourd ... relou (pesado – chato) Le bateau était trop lourd et a coulé – C’est mec est relou O barco era muito pesado e afundou – esse cara é “mala” une fête ... une teuf   (festa) La fête de mariage a été merveilleuse – je me suis éclatée à la teuf d’hier soir A festa do casamento foi maravilhosa – Eu curtir demais na balada de ontem a noite Merci ... Cimer...  (obrigado) Merci beaucoup monsieur – cimer, mon frer Muito obrigado senhor – valeu meu irmão Laisser-Tomber ... laisse-béton (desencana) J’ai laisser tombé la carrière d’avocat parce que je voulais être agriculteur Laisse béton mec, ça vaut pas la peine Desencana, não vale a pena É isso aí, agora é só chegar chegando! ; )  
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Artigo: Estátua da Liberdade

A Estátua da Liberdade é um monumento na região de Manhattan, que fica na ilha da liberdade, na cidade de Nova Iorque, podendo chegar ao local de Nova Iorque ou Nova Jersey, via ferry (barca), considerada um Patrimônio Mundial da UNESCO, e, desde 2007, é também considerada uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo. É um famoso ponto turístico americano, que simboliza a liberdade e a democracia. O monumento foi um presente dos franceses enviado para os Estados Unidos em 1886, como celebração ao centenário da independência da nova nação. A ideia partiu do historiador francês Édouard de Laboulaye. Mas o projeto foi realizado e executado pelo artista plástico Frédéric-Auguste Bartholdi e a parte interna da estátua foi concebida por ninguém menos que Alexandre Gustave Eiffel, o responsável pela famosa Torre Eiffel. A estátua foi concluída em julho de 1884. Após ser desmontada em 350 peças, e embalada em 214 caixas, foi colocada a bordo da fragata francesa Isere, que a transportou até os Estados Unidos. Chegou a Nova York um ano depois, em 1885. Em abril de 1886, a construção do pedestal, projeto do americano Richard Morris Hunt, foi concluída. A estátua levou 4 meses para ser montada, já em seu pedestal. A Estátua da Liberdade foi inaugurada pelo então presidente norte-americano Grover Cleveland, no dia 28 de outubro de 1886. As medidas da estátua são impressionantes. Segundo o Guinness, o livro dos recordes, trata-se da escultura mais pesada do mundo, com 225 toneladas. Sem o pedestal a estátua mede 46, 5 metros, sendo que com ele, alcança os 92,99 metros. Para chegar até o topo, são 354 degraus, o equivalente a 22 andares. O fogo da tocha erguida pela mulher representa a liberdade do povo, assim como a própria estátua. Em sua coroa existem 25 janelas (que simbolizam as jóias encontradas naquelas terras) e 7 raios (que representam os sete continentes e os sete mares do mundo). Em sua mão esquerda segura uma tábua, na qual está escrita: 4 de Julho de 1776, em algarismos romanos.
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